quinta-feira, 8 de julho de 2010

Educação: será que estamos realmente evoluindo?

Na semana de divulgação do resultado da avaliação do IDEB. Brasil com média 4,6. Bom hein... uhhh. Bom mesmo é ter até 2021 pra chegar na média 6. Aí sim! Vamos evoluir a passos de tartaruga manca.
A pergunta é? Até que ponto este índice indica uma melhoria SIGNIFICATIVA para a sociedade? Não questiono a melhoria (lenta neste caso), mas que existe. Digo no sentido de modelo de educação.
Lendo sobre o assunto, vi que o resultado no modelo de educação tradicional é uma retenção de apenas 6,33% do que foi ensinado. 63% simplesmente não é absorvido pelos alunos. O tempo de atenção a conteúdos chatos é de apenas 8 minutos (isso em um período inteiro de aula). Alguém sabe pra que serve o Pi, 3,1416....... ou alguma raiz quadrada de algum número gigante? Eu não. Completamente ineficaz.
A educação atual e tradicional cria padrões e uniformidade de comportamento. O aluno que se difere de alguma forma é rapidamente podado e novamente moldado ao padrão. Não existe espaço para a criatividade.
Todas as escolhas das crianças e jovens, até que tenham certa idade (prox. de 17 anos), são feitas pelos pais. Nem escolher as atividades que querem fazer, eles podem. São realmente moldados a serem da forma como os pais foram e como os antecedentes foram.
Falar que a escola e a educação faz a criança aprender a aprender é balela. Crianças já vem com a função aprender a aprender ativada. Ninguém as ensina a engatinhar, a andar, a falar as primeiras palavras. Ajudamos a aperfeiçoar, não a começar.
As crianças são “treinadas” desde pequenas. São deixadas na escola pelos pais, acondicionadas em uma sala com mais 30 da mesma espécie, só podem fazer o que a “treinadora” mandar e são corrigidos caso tentem fazer algo diferente do que é autorizado. É ensinado o que pode e o que não pode e sempre, apenas o que todos podem fazer, é o que o individual pode fazer. A partir disso, já podemos enxergar o futuro destas crianças, vendo o mundo lá fora com um lugar cinzento, sistemático e muito difícil.
A linha de montagem molda a criança dentro de um mercado de trabalho que pressupõe que os recém-formados conhecem a submissão ao sistema, aceitam a uniformização e sabem seguir instruções.
O que acontece é que, as escolhas são feitas muito cedo, não pelas crianças e jovens, mas pelos pais, nunca escolhidos por dom, paixão ou por aspiração. Crianças são papéis em branco, vamos acompanhar e incentivar que elas escrevam seus próprios futuros, em vez de entregar a cartilha pronta para que ela siga a risca.
Por isso é tão comum as pessoas não terem senso crítico para escolher representantes na política, para protestar pelos seus direitos, para buscar melhorias nas suas vidas, etc. Se tornam conformados, desde pequenos com o modelo que os moldou. O certo é seguir o que foi instruído desde cedo e ser crítico e não foi ensinado.
Como cruzar estas informações adquiridas na escola, com as necessidades da vida e encaixar no mercado de trabalho?
As empresas cada vez mais procuram profissionais que tenham espírito de liderança, criatividade, saibam trabalhar em equipes multidisciplinares, tenham visão global do negócio, sejam ótimos comunicadores, que busquem o autodesenvolvimento. Utópico, não? Não moldamos este tipo de profissional, como queremos que saia no final da linha de montagem este produto? Teremos sérios problemas com falta de mão-de-obra num futuro bem próximo. Opa, já temos...
A educação é, na minha humilde opinião, o pilar mais importante para o desenvolvimento de uma sociedade. Não é padronizando, dividindo em cotas, segregando socialmente o povo que teremos algo consistente. A formatação como hoje é feita é, no mínimo, não acreditar no potencial das novas gerações, onde ELAS POSSAM FAZER as mudanças que querem que sejam feitas.
Uma sociedade realmente feliz não é aquele que tem mais riquezas, mas a que dá mais liberdade, oportunidades e trabalha no melhor sentido da cidadania.

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