quinta-feira, 14 de julho de 2011

Nova era, mesma lógica.

Tenho observado um erro enorme em tudo que sempre foi falado sobre redes sociais. Vejo que estamos nos aproximando "ilusoriamente" do nosso círculo de contatos, não amigos. Na prática continuamos interagindo com aqueles que sempre tivemos mais afinidade e, apenas em caso de distância geográfica, não mantivemos contato frequente porque não fez sentido pra nossa vida.

Uma falsa sensação de envolvimento social, que gera uma expectativa e necessidade de forçar relacionamentos que não fizeram sentido em épocas passadas. Nada impede que venham a estreitar com o tempo, mas salvo exceções, não é o que tem ocorrido e não é nada diferente de uma vida sem estar nas redes sociais.

Estamos forçando relacionamentos com a agenda telefônica. O que é muito diferente de nos relacionar com amizades, em que não precisamos de "sistemas" para nos ajudar. Encontramos e reencontramos pessoas a todo momento, cabendo a nós manter este relacionamento, sem tanta obrigação de transformar a agenda de contatos num novo círculo de amigos.

A grama do vizinho, por mais verdinha e bem cortada que esteja, nem sempre vai ser atraente pra mim ou quem quer que seja, não adianta postar fotos, vídeos, etc, vai continuar sendo uma grama verde com cara de grama, cheiro de grama, feia igual grama, sem vida igual grama.

As pessoas mudam, eu tenho mudado, mas a nossa essência ao nos relacionar permanece a mesma. Já pensou nisso?

Encontramos tanta gente bacana, super interessantes, mas que reforçam após algum tempo que você é uma pessoa bem relacionada, e só isso, você é bem relacionado. Muitos amigos virtuais não significam nada, nada mesmo, um número ilusório para massagear o ego, já que este é, na minha opinião, o motivador das redes sociais, elevar e destruir o ego das pessoas, tudo dependendo da forma e estratégia que cada um tem para usar estas ferramentas. Cuidado pra não se tornar depressivo, alguns estudos vem mostrando este poder negativo das redes sociais, as pessoas achando que suas vidas são sempre piores que a dos outros. Aquela angústia sem fim.

Não critico o uso, eu uso, mas reflito sempre sobre a real validade de tudo isso, excetuando a agilidade da comunicação. A agenda telefônica e de contatos mais completa que eu já tive...rs

Acho que vale a reflexão. Quem tá comigo está dentro e fora da rede.

#Bjometuita

sábado, 26 de março de 2011

Eu não participo da Hora do Planeta

Eu não participo da Hora do Planeta. Sabe o por que?

A minha hora do Planeta é todo dia, quando fecho a torneira na hora de escovar os dentes, quando desligo as luzes dos cômodos que não estou utilizando, quando desligo o monitor do computador, quando uso combustível mais ecológico no carro, quando separo o lixo para reciclagem, quando compro papéis provenientes de madeiras de reflorestamento, etc.

Existem formas e formas de conscientizar as pessoas de algo. Fazer sentir pela falta é uma delas (A Hora do Planeta). Eu não acredito que seja a mais eficiente, mas é a mais bonita de ser vendida, já que vão filmar as cidades se apagando, vai gerar mídia espontânea, vai sair selinho de apoio pra cá e pra lá.... coisa linda hein.
Na mesma linha, se é pra fazer todos sentirem a falta, por que não obrigar as companhias elétricas a desligarem a energia de todo mundo durante a Hora do Planeta? Aí sim...

Sou a favor de direcionar toda essa grana investida em publicidade politicamente correta em iniciativas para oferecer opções de substituição as pessoas. Menosprezamos a inteligência alheia. Aposto com quem for que, se alguém oferecer energia gerada de alguma forma mais limpa que a atual as pessoas, que boa parte aceitaria pagar um pouco a mais para usar este tipo de energia, não precisa ser nem ao mesmo valor. O povo é consciente, sim! Mas precisa de opções que sejam realmente eficientes. Marketing verde é marketing de resultado também. Tem que provar pra emplacar. Não adianta blá blá blá de que faz e apoia, pra mim isso se inverte se não for seguida de uma política de investimento na renovação de energia, materiais, água, etc.

O que está nas minhas possibilidades eu já faço... faria mais se me oferecessem mais opções. Neste ponto que os esforços devem ser concentrados, em criar opções de substituição. Imediata! Idéias só convencem depois de provadas. Temos que sair da teoria.

Faça sua parte no dia a dia e sem hipocrisia.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Falta profundidade

Como num rio raso, pouca vida e pouca história passa por debaixo dele, é assim a nossa vida, precisamos aprofundar em alguns pontos para realmente colocar algumas experiências no currículo da vida.

Vejo uma falta de profundidade nas pessoas, visão simplista, sentimentos egoístas, idéias vazias, pouco ou quase nenhum argumento, tudo muito superficial e exagerado. É... a falta de profundidade... vou desenvolver a idéia.

Parece que ninguém mais se importa com o futuro, se afundam em gastos, excessos, valores distorcidos e imediatismo. Liberdade confundida com libertinagem. Não tem nada a ver com a idade, diga-se de passagem. O importante é o momento, dane-se a imagem, dane-se a carreira, danem-se os valores, dane-se o próximo.

Não sou exemplo de coisa alguma pra quem quer que seja. Entendo isso como uma autocrítica também.

Parece ser a cada dia mais “bonito” ser do mal, ser grosseiro, agressivo, pegador, ser o que bebe mais, o que transa mais, o que consome mais, o que engana os outros, que burla regras e dá um jeitinho ilegal pra tudo. Não confundir jeitinho com criatividade. Me incomoda o país se gabar a todo instante de ter um povo diferenciado, que usa o “jeitinho brasileiro” para resolver seus problemas. Pra mim isso é picaretagem e falta de educação, não tem nada de inteligente e louvável ser imbecil.

As pessoas não tem dado tempo para as coisas acontecerem, ninguém mais quer suar no trabalho, ninguém quer acordar cedo, querem tudo na mão, sem se esforçar, sem completar todas as etapas, mesmo que sejam rápidas,   precisam aprender a valorizar as conquistas, saboreá-las, aprender a valorizar as derrotas e saboreá-las. Aprender a subir um degrau de cada vez. Sempre fomos um país que sofreu com a falta de emprego e isso mascarava a falta de preparação da mão de obra, mesmo estando mal preparado, o trabalhador ralava para não ficar desempregado, mas agora ficou evidenciada essa falta de preparação: técnica, emocional e de visão dos profissionais. Pulam de um lado para o outro, não se comprometem, não sabem o que querem, e o pior, não estão preparados para as oportunidades abertas, nem as enxergam pra falar bem a verdade.
Não tem nada a ver com a Geração Y, pra deixar bem claro. A Geração Y precisa de líderes que os inspirem, dignos de admiração, e são poucos os líderes com este perfil, por isso toda a discussão sobre como tratar esta geração.

Essa pode ser uma impressão apenas minha, mas tem me chamado muito a atenção. Poucos procuram aprofundar e se diferenciar.

A falta de profundidade também está nos relacionamentos, as pessoas estão cada vez mais carentes, cultivam um ideal de amor que nunca acontece, pois também querem estar disponíveis para a oportunidade do dia seguinte. Ninguém tenta suprir a carência afetiva saindo com um monte de gente, mas sim “preservar” a carência afetiva... Faz todo sentido, não? Pouco risco, pouco sofrimento. Quem não aprofunda não sabe a vida que tem abaixo da lâmina d’água do rio.

Queremos chegar ao todo, queremos tudo, toda hora, sem nos preocupar com a parte, o meio, a preparação, o detalhe. Sempre vai faltar algo, e isso é da natureza humana. Fato.

Com medo de mergulharmos de cabeça num rio que não sabemos a profundidade, preferimos procurar uma piscina... ao invés de começar pelo pé, medindo a profundidade, pra depois mergulhar com tudo e perceber o sentido de não termos enxergado tudo de uma só vez. Fazer valer a pena as experiências, fazer com que sejam profundas, dignas de prêmios, de memórias, de exemplos, de serem colocadas no currículo da vida.