segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Pecamos ao pensar demais no curto prazo

Sabe qual o grande problema da sociedade? Pensar muito no curto prazo.

Comparações cotidianas do tipo, poxa, eu ganho menos que Fulano, eu tenho um cargo menor que o do Ciclano, o amigo do amigo tem 10x mais dinheiro hoje que eu, não deixam de ser válidas, mas, sinceramente, muda alguma coisa no seu objetivo de vida ganhar mais hoje que o Fulano? Não, né. Então, dane-se. Foque no SEU objetivo, na sua felicidade, nas coisas que acredita e persegue.
Por que correr tanto atrás de um salário maior agora, por exemplo, se você pode utilizar esta energia também para criar bases mais sustentáveis (seja no estudo, network, maturidade emocional) para em alguns anos transpor as metas que havia planejado? Por que pensar só no imediato? No salário maior agora ou na promoção imediata? Será que isso te levará ao seu objetivo maior? Aquele que você sonha? Se não, não importa. Você está fora de foco. Xis reais a mais agora não representa uma garantia de futuro de sucesso, só representa xis reais a mais agora.

Volto a um ponto que já escrevi em um texto anterior, o que você quer para o seu futuro? Não sabe? Pois deveria saber. Não tem como saber agir, sem saber o que quer, onde quer chegar, como quer estar, como sua família ou nação você gostaria que estivesse, amanhã, daqui 1 mês, daqui 1 ano, daqui 10 anos, daqui 50 anos...
Quando falo em objetivo não é só financeiro, é geral, serve para tudo, pra sua saúde, amor, objetivos sociais e coletivos.
Como disse Yves Doz (para o mundo empresarial, mas que vale para a vida), “Boa parte das empresas morre não por fazer coisas erradas, mas por fazer a coisa certa por um tempo longo demais.”
No curto prazo são as mudanças nas ações (continuidade, processos) que já fazemos e de longo prazo, nas percepções (ruptura, projetos) que devemos começar a fazer. Cada uma no seu tempo certo, mas realizar ambas.
Não sabe se casa, não sabe se separa, não começa a estudar algo que goste, não larga o que está estudando e odeia, não busca um trabalho melhor, não muda de cidade, de país, não pede perdão, não se reaproxima, não, não, não. Por que tanto medo de mudar? É claro que ninguém gosta de recomeçar, vai protelando decisões, escolhas. É muito difícil ser humilde para reconhecer que o caminho tomado está errado, não? O que vão pensar? Como serei julgado? Vai ser muito difícil o reinício, vou ter que fazer um esforço financeiro muito grande, vai ser muito tempo de aprendizado, tenho medo de que dê tudo errado, terei que abandonar a zona de conforto que me encontro... Pois é, vai.
Libertadora ou nem tanto, a mudança de um pensamento de curto prazo para longo prazo passa, sempre, por atitudes de coragem e requer principalmente que você desenvolva a resiliência. Terá que suportar o peso das suas escolhas e suas consequências. Mas fará com prazer, afinal, é para o melhor que está o fazendo.

Em tempos de eleição, este pensamento de curto prazo prevalece. A escolha que você fará nas próximas eleições vai trazer uma mudança “significativa” na sua vida nos próximos 4 anos? Vai mudar o seu destino, como falam tanto nas propagandas? Não. Por que então não pensar em uma mudança conceitual? Mudança mais radical? Já que não existe o risco de ocorrer nenhuma mudança brusca na sua vida, por que não pensar em real renovação? Hein? Não estamos preparados para pensar no longo prazo, é isso. Deveríamos ter sido estimulados desde a época de escola...

A mentalidade de longo prazo, pressupõe estabilidade, perseverança, sustentabilidade e geralmente é ecologicamente correta, pressupõe projetos grandiosos, abrangentes e de real melhoria das condições de vida, que surtirão efeitos durante muito tempo e sobre muitas pessoas. Não provocarão gerações de espertos egoístas e acumuladores compulsivos.

Bom pra refletir um pouco.

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